*Jackson E. Fiorin

A percepção de que o manejo da lavoura precisa ter planejamento e visão de sistema o ano todo, já faz parte da realidade de algumas poucas propriedades. Infelizmente o número de adeptos ainda é muito pequeno, mas já mostra o quanto é importante nos resultados das culturas de soja e milho no verão.

Em virtude da colheita das culturas de verão, em especial a soja, cada vez mais precocemente, tem sido comum as lavouras ficarem um período em “pousio”, que aliado a pouca preocupação com cultivos de cobertura no inverno torna-se crítico para a conservação do solo.

            O cultivo de espécies de verão, especialmente gramíneas (capim sudão, milheto e sorgo cobertura) ainda nessa entressafra, tão imediatamente seja realizado a colheita da cultura de verão, como também o uso de espécies de forma isolada ou em consórcio no período de inverno, permitem a busca de um sistema de produção mais sustentável.

Os benefícios vão muito além da rápida cobertura e/ou proteção da superfície do solo. Os sistemas radiculares agressivos dessas espécies permitem a ciclagem de nutrientes em profundidade, como também contribui com a melhoria da estrutura do solo, estímulo a atividade biológica e incremento da matéria orgânica no solo. Esse condicionamento químico, físico e biológico do solo, maximiza a infiltração de água no solo, minimizam os problemas de erosão, promovendo maior armazenamento e disponibilidade de água, garantindo um incremento na produtividade dos cultivos de soja e milho subsequentes, especialmente nos anos com menor disponibilidade de chuva no período do verão.

É oportuno mencionar também os efeitos positivos desses sistemas de culturas na redução da incidência de plantas invasoras e na multiplicação de nematoides no solo, preocupações que além de onerar os custos de produção tem trazido prejuízos na produtividade das lavouras.

            Os resultados de pesquisas desenvolvidos pela CCGL/RTC permitem afirma que os ganhos em produtividade pela adoção de “boas práticas de manejo” no período de outono/inverno podem varia de 3 a 12 sacas de soja. O sucesso vai depender de como cada realidade de propriedade consegue arranjar as espécies no tempo e no espaço, numa sequência apropriada e prática, de modo a trazer os inúmeros benefícios nas culturas econômicas subsequentes.